Samambaia tem quadrilhas? Tem sim senhor

Foto: Marcello Cândido

As festas juninas começaram bem antes do normal e prometem romper o limite do calendário característico. O mês de junho é marcado pelas comemorações de São João em um período marcado por festas juninas com arraiá, fogueira, forró, pipoca, quentão, comidas típicas e a tradicional quadrilha, que contagia o público com as danças, coreografias aprimoradas e figurinos alinhados, uma verdadeira fábrica de alegria e descontração que aproxima a sociedade e contribui para uma maior inclusão social.

O movimento junino é um evento tradicional da cultura popular brasileira que retrata temas de nossa história. Os grupos se apresentam com suas indumentárias e coreografias relacionadas ao tema e danças representativas. Entre os tipos mais abordados na apresentação estão: forró, frevo, xaxado, baião, maracatu e as danças de roda, como a ciranda e arriuna.

Um dos grupos de quadrilha mais tradicionais e premiados de Samambaia é o Flor de Mamulengo. São mais de 20 anos de tradição na cultura popular da cidade, participando de apresentações e competições e revelando todo talento e dedicação de seus integrantes. Ao todo, são mais de 60 pessoas envolvidas no projeto de forma direta e indireta.

O grupo realiza apresentações em festas e eventos, mantendo viva a tradição junina na parte ímpar da cidade. Em mais de 20 anos de atividade cultural, o grupo já beneficiou mais de mil pessoas e fortalece a cultura local com dedicação, levando alegria as pessoas que assistem suas apresentações. O grupo realiza seus ensaios aos sábados e domingos às 17h, no Centro Olímpico e Paralímpico de Samambaia.

Já a quadrilha Si Bobiá a Gente Pimba, também de Samambaia, gravou seu nome na historia cultural e artística da cidade vencendo o 16° Concurso Regional de Quadrilha, promovido pelo Serviço Social da Indústria (SESI). Com mais de 30 anos de existência, o grupo acumula vitórias e encanta o público por onde passa, sempre evidenciando a arte e a cultura popular originária do regionalismo brasileiro.

O grupo trouxe opção de lazer à comunidade de Samambaia quando tudo era ainda muito precário na cidade, sem água, sem luz, nem equipamentos públicos. O grupo foi formado por gente de famílias vindas de Ceilândia, onde ocorrem as maiores festas juninas do Distrito Federal. O objetivo do grupo é manter as tradições juninas e propagar alegria e irreverência por onde se apresenta, além de realizar ações sociais pela saúde e contra a fome.

Apesar das dificuldades, o grupo rompeu barreiras e conquistou seu espaço regional e nacional conquistando prêmios em grandes concursos no Distrito Federal e no Brasil. O puxador Cláudio Martins destaca as apresentações internacionais realizadas na Europa em 2017 apresentamos em Portugal, Espanha, Itália e Inglaterra.

A quadrilha conquistou o tricampeonato consecutivo no Circuito de Quadrilhas do Distrito Federal e entorno em 2022 com o tema “Retalhos: contos, histórias e memórias em uma noite de São João”.

Governo investe R$ 2,8 milhões em circuitos juninos

A Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) vai destinar R$ 2,8 milhões aos circuitos de Quadrilhas juninas, beneficiando 70 grupos com fomento para participar de apresentações. Só para premiar grupos e coletivos, há um aporte de R$ 600 mil. Os recursos serão distribuídos em dois circuitos, passando por 12 regiões, além de um campeonato entre quadrilhas que será disputado em três cidades. São pelo menos 800 pessoas envolvidas nos festejos.

De acordo com a Subsecretária de Difusão e Diversidade Cultural, Sol Montes, o circuito junino é o segundo maior segmento de cultura popular do país. “Os grupos populares preservam a tradição e fazem parte da identidade cultural da cidade, além de fomentar a economia criativa, com artistas, músicos, bailarinos, gastronomia e feiras. São milhares de famílias impactadas pelo setor”, garante.

A entrada para os circuitos é gratuita. Com início no dia 09 de junho, as apresentações das quadrilhas ocorrerão em Taguatinga, Ceilândia e Samambaia, sempre de sexta-feira a domingo.